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Carga mental da mulher: é por isso que as mulheres modernas vivem exaustas!

Você já ouviu falar no termo carga mental? Senta aí, que eu vou te contar uma história que vai te ajudar a entender direitinho o que é.


Imagine um casal, João e Maria, que se amam e certo dia resolveram morar juntos. Como bom homem moderno, João diz para a Maria já de início: fica tranquila, que eu sempre vou te ajudar com as tarefas domésticas.


E ele realmente ajuda: tira o lixo, eventualmente lava as louças e vai ao mercado fazer compras, mas isso depende de um detalhe muito importante que passa batido tanto por ela quanto pela Maria...


Quem planeja, e organiza tudo é sempre a Maria. Se ela não pedir pra que ele faça, dificilmente ele vai fazer ou vai se ligar sozinho que alguém precisa fazer algo com aquela bagunça - e que esse alguém pode ser ele. Afinal, quem sempre sabe onde está as coisas em casa, o que está faltando, o que precisa ser feito é a Maria.


É ela que pede, ela que lembra, ela que fala. Ele realmente, só ajuda. João não se responsabiliza ativamente pelas responsabilidades da casa, ou por pensar e planejar como essas atividades serão feitas.


E isso é tão imperceptível e internalizado, que as vezes é o João que está em casa, e mesmo assim ele liga ou envia mensagem para a Maria (que está na rua) perguntando se acabou o papel higiênico, por exemplo, ao invés de ir procurar na despensa.


E ela, vive extremamente incomodada, se sentindo sempre sobrecarregada, cansada, irritada, sem nem perceber o motivo já que esse trabalho é invisível e intangível até pra ela. Ocorre as vezes de ele perguntar pra ela se ela "tá de TPM" devido à irritabilidade, e ela chega a se perguntar se realmente não está, já que se sente culpada por "descontar" no companheiro todo o seu estresse que aparentemente não existe motivo para existir.


Mas existe motivo sim, e esse motivo se chama carga mental. A carga mental é consequência de todo esse trabalho de administração do lar, dos afazeres domésticos e da família que é atribuído a mulher em nossa sociedade atual. Trabalho esse que é invisível, e que socialmente é atribuído às mulheres como se fosse algo natural e que não custasse a ela realizar. E ninguém sequer percebe ou discute sobre essa carga.



E se você já se sentiu incomodada(o) lendo esse exemplo de um casal, tenta dimensionar o tamanho que isso toma quando se inclui filhos na história: afinal, o desconforto de limpar a casa dá pra amenizar contratando um terceiro para fazer, mas educação e cuidado com uma criança não é tão simples assim.


Na mesma pesquisa que eu citei acima, levantou-se de que 63% das mães espanholas afirmam que todos os dias têm em mente uma lista infinita de afazeres, frente a 25% de pais que experimentam essa sensação. Além disso, 87% das mães consultadas se consideram as principais responsáveis por que tudo flua adequadamente na casa, e 69% reconhecem que seus parceiros colaboram, mas que é preciso pedir-lhe.


Eu não estou aqui pra fazer o papel de advogada do diabo e fazer com que você chegue em casa hoje decretando a revolução feminista.


Mas quero que você pare pra pensar:


- Quantas dessas tarefas invisíveis você mesma pega pra si e nem percebe?

- Quantas vezes você já se percebeu com raiva do seu parceiro, e até acabou brigando com ele, sem nem perceber que era esse o motivo da briga?

- Quantas vezes você mesma reduziu a sua dor, dizendo que não entendia porque estava cansada sendo que passou o dia todo pensando em tudo o que precisava ser feito na sua casa pra ela ficar minimamente habitável?


A carga mental é a tarefa invisível das mulheres sobre a qual ninguém fala. E já passou da hora de a gente começar a falar sobre isso, para poder mudar essa situação!


Com carinho,

Dominique S. Barauce

CRP 08/25857

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